domingo, setembro 30, 2007

sábado, setembro 29, 2007

De Espanha nem bons ventos nem bons...



Por acaso a ideia até é importada do México. O que será o mesmo que dizer que a programação televisiva nacional bateu no fundo quando um dos ex-libris da nova grelha é importação de uma receita mexicana. A par de mais uns tantos concursos que nos têm entrado pela casa dentro nos últimos anos (para quem ligue aquela caixa preta que tem na sala, o que não é o meu caso), Casamento de sonho é mais um reality show, onde a televisão procura sobrepor-se à ordem vigente da sociedade e dizer-nos como as coisas devem ser feitas. Ou será antes mais um caso em que a televisão aproveita o declínio dos valores tradicionais e a crescente sede pelo minuto de fama de cada um, para impor valores mais condicentes com o seu espírito mercantilista?
Em qualquer dos casos, após o primeiro visionamento por mero interesse sociológico, algo definitivamente a não ver. Ter que ver a Júlia Pinheiro em tudo que é muppi desta cidade já é suficientemente confrangedor.

sexta-feira, setembro 28, 2007

Pois...



(...) Se quisermos continuar a encontrar coisas que não funcionam, com certeza que encontraremos muitas. Mas porque não partirmos das coisas que já funcionam? Vaclav Havel disse qualquer coisa como "E se a realidade que desajamos já estivesse aqui e nós estivessemos tão distraidos que não dessemos por ela?"(...)

in Escola de Sonho, entrevista de Helena Marujo à Noticias Magazine de 23 de Setembro, co-autora do livro Educar para o optimismo.

quinta-feira, setembro 27, 2007

Santana Lopes abandona entrevista à SIC Notícias cortada pela chegada de Mourinho O social-democrata Pedro Santana Lopes abandonou ontem uma entrevista que estava a dar à SIC Notícias sobre as eleições do PSD depois da sua intervenção ter sido interrompida por um directo sobre a chegada de José Mourinho a Lisboa. "Eu vim aqui com sacrifício pessoal, e sou interrompido por um treinador de futebol… Acho que o país está doido. Não vou continuar a entrevista, acho que o país tem que aprender", afirmou Santana Lopes, antes de sair dos estúdios.

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1305892

De aplaudir de pé! É pena é que uma atitude destas tenha vindo de quem, quando subiu a primeiro ministro, nos levou à certeza convicta que este pais estava doido.

Em exibição chez nous



Julie Delpy como realizadora, argumentista, actriz e compositora, oferece-nos um filme com uma temática engraçada: não importa o quanto um homem se encontre adaptado a esta nova masculinidade que a sociedade de hoje lhe impõe. Também será insignificante o quão o seu lado feminino se encontre desenvolvido e os estereotipos masculinos estejam esquecidos e enterrados. Porque haverá sempre um tema que despertará os instintos mais primitivos da sua natureza de macho: o passado amoroso da mulher que lhe ocupe o coração naquele momento.

Whatí?!?



Gay football World Cup kicks off
The gay World Cup has kicked off in the Argentine capital, Buenos Aires, showcasing more than 500 footballers from 28 countries.


Desculpem mas esta é hilariante! Acho que o jogo é interrompido uns bons 10 minutos enquanto os jogadores festejam efusivamente a marcação de cada golo e que o arbitro tem grande dificuldade em mantê-los fora dos balneários.... Giro, giro era ver um mundial de râguebi gay, já agora! Por amor a whatever, filhos! Com celebrações destas não há dúvida que é a própria minoria a dizer-nos que não é igual a nós.
Se isto continua assim, dentro em breve teremos o Mundial de Futebol dos troskistas de barba, o Mundial de Andebol dos filhos de emigrantes afro-americanos e o Campeonato Internacional de Golfe de homens com apenas 40 cm de braço. Ele há coisas...

quarta-feira, setembro 26, 2007

Pois...



Nunca são as coisas mais simples que aparecem
quando as esperamos.
O que é mais simples,
como o amor, ou o mais evidente dos sorrisos,
não se encontra no curso previsível da vida.
Porém, se nos distraímos do calendário,
ou se o acaso dos passos
nos empurrou para fora do caminho habitual,
então as coisas são outras.
Nada do que se espera
transforma o que somos se não for isso:
um desvio no olhar; ou a mão que se demora
no teu ombro, forçando uma aproximação dos lábios.


Nuno Júdice

terça-feira, setembro 25, 2007

Este gaijo tem genuina piada!



Venho atrasada, eu sei. Mas os melhores amores são mesmo assim: chegam-nos fora de época. O disco todo é uma delicia. Lembra-nos Robbie Williams, Elton John, Scissor Sisters e até George Michael. Óptimo para um pós verão que nem sequer existiu. Pelo menos deixa-nos a ideia que tivemos um!
Love today, aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=LKDzMyzlGxo

segunda-feira, setembro 24, 2007

Razões para estarmos na cauda da Europa


5 de Maio de 2007 - Uma amiga minha está grávida, a pouco mais de 2 meses de ter o rebento, as amigas decidem fazer-lhe um baby shower, uma importação americana e à qual torço o nariz (sobretudo pq se resolveram juntar para oferecer fraldas, discos para as mamas, resguardos, pensos higiénicos e afins). Decido dar algo diferente. Dirijo-me a uma loja de artigos para bebé no Oeiras Parque, escolho um puff xpto, que dá muito jeito à mãe e ao bebé garantem-me, a cor que pretendo não há, a senhora da loja garante-me que a mercadoria estará disponível dali a duas semanas. Acho razoável. Pago um sinal de 30 €, agradeço e venho-me embora.
21 de Maio de 2007 - Da loja do Oeiras Parque ninguém me ligou. A minha amiga já está a pouco mais de um mês de ter a criança, o baby shower já foi e eu tive que oferecer uma fotografia do puff. Ligo para a loja a saber o que se passa. Dizem-me que a mercadoria ainda não chegou e que quando chegar me avisam. Talvez mais uma semana. Pergunto, educadamente, se uma vez que o prazo de entrega foi alterado não devia ser a loja a contactar comigo para me informar. A empregada responde-me que tenho que falar com a colega, que não está naquele momento, porque a colega é que me atendeu, que cada uma avisa os clientes que atendeu e que ela por ela avisou os dela. Agradeço e desligo.
4 de Junho de 2007 - A loja do Oeiras Parque mantém-se num silêncio sepulcral. A minha amiga está a um mês de ter a criança. Volto a ligar para a loja. Voltam a responder-me que a mercadoria ainda não chegou (isso eu já sabia!) e que quando chegar me avisam. Pergunto se têm um prazo previsto para entrega. Dizem-me que não. Digo que a criança está quase a nascer. Respondem-me que é assim, se quiser esperar espero, senão posso ir lá buscar o sinal. Pergunto se a razão de terem a loja aberta não são os clientes, já que sem clientes a teriam que fechar. Silêncio sepulcral. Agradeço e desligo.
26 de Junho de 2007 - Nunca mais me lembrei da porra do puff! O filho da minha amiga está a uma semana de nascer e do puff, népias. Ligo para a loja. Dizem-me que ainda não chegou nem sabem quando chegará. Faço um espalhafato, digo que vou lá buscar o sinal e que já não quero o puff para nada. A menina garante-me que vai falar para o fornecedor, em Espanha, e que me liga no dia seguinte a fazer o ponto de situação. 2
7 de Junho de 2007 - Ligam-me da loja a dizer que o puff não vem, que posso ir lá buscar o sinal. Agradeço e desligo.
11 de Julho de 2007 - O filho da minha amiga já nasceu e eu ofereci uma espreguiçadeira. Dirijo-me ao Oeiras Parque, à dita loja, para reaver o meu sinal de um puff imaginário e constato que fechou!
12 de Julho de 2007 - Ligo para a administração do Oeiras Parque a pedir o contacto da loja que fechou. Dizem-me que não têm nenhum. Faço um pé de vento. Dão-me música e passado 10 minutos aparece-me a mesma menina com um número de contacto.
12 de Julho de 2007 - Ligo para o numero que me deram. Explico a situação. Confirmam-me que de facto aquela loja fechou, que estou a ligar para a loja de Alvalade mas que não podem fazer nada porque a antiga responsável por aquela loja está de férias. Que ligue a partir de 13 de Agosto.
13 de Agosto de 2007 - Ligo para a loja de Alvalade. Ninguém atende.
14 de Agosto de 2007 - Ligo para a loja de Alvalade. Ninguém atende.
16 de Agosto de 2007 - Ligo para a loja de Alvalade. Ninguém atende.
17 de Agosto de 2007 - Ligo para a loja de Alvalade. Ninguém atende. Vou de ferias.
3 de Setembro de 2007, manhã - Revigorada das férias, ligo para a loja de Alvalade. Atendem. Volto a explicar a situação. Confirmam-me que de facto aquela loja fechou, que estou a ligar para a loja de Alvalade mas que não podem fazer nada porque a antiga responsável por aquela loja está de férias. Digo que não pode ser. Que isso foi o que me disseram no dia 12 de Julho, que ninguém pode estar de férias tanto tempo, que a coisa começa a tomar contornos de roubo e que vou contactar a Deco. Pedem-me o nº de telemóvel e dizem-me que me contactam depois.
3 de Setembro de 2007, fim da tarde - Ligam-me da loja de Alvalade a pedir o nib e garantem-me que me irão transferir o valor do sinal.
5 de Setembro de 2007 - Tenho 30 € creditados na minha conta por uma tal Drª Anabela Antunes, que certamente faz muita questão que a chamem de Drª.
Felizmente, o filho da minha amiga nasceu lindo e perfeitinho e sem precisar de um puff xpto para crescer saudável e feliz! Já um pais diferente talvez lhe desse jeito...

domingo, setembro 23, 2007

Gaijos que não me importava de ter a passearem-se cá por casa


Matthew Fox

E não. Ver a 1º temporada do Lost ininterruptamente não ajuda...

sábado, setembro 22, 2007

Pois...


"And down by the brimming river
I heard a lover sing
Under an arch of the railway:
'Love has no ending.
'I'll love you, dear, I'll love you
Till China and Africa meet,
And the river jumps over the mountain
And the salmon sing in the street,
'I'll love you till the ocean
Is folded and hung up to dry
And the seven stars go squawking
Like geese about the sky.
'The years shall run like rabbits,
For in my arms I hold
The Flower of the Ages,
And the first love of the world."
W. H. Auden

sexta-feira, setembro 21, 2007

O bem que este homem escreve...



"Parece que, da China, só nos vêm problemas e constrangimentos. Parece que querer correr com as 'lojas chinesas' da Baixa e acantoná-las numa "Chinatown" a criar, como defendeu Maria José Nogueira Pinto, é uma proposta racista, xenófoba e discriminatória. Parece, pois, que o que é politicamente correcto é investir uns milhões largos numa operação de revitalização da zona histórica e central de Lisboa, mas sem ferir os interesses dos comerciantes chineses ali instalados, em sã convivência multicultural com a arquitectura pombalina. É fácil, aliás, imaginar como os chineses receberiam de braços abertos uma invasão de tasquinhas e casas de fado portuguesas na Praça Tiananmen... O problema das 'lojas chinesas' não está apenas na concorrência desleal que fazem, trabalhando em famílias organizadas, sem horários nem direitos sociais, e vendendo a metade do preço produtos fabricados na China em regime de 'dumping social', que Jerónimo de Sousa imagina ser a versão actualizada do comunismo. De facto, para o peditório dos pasmados 'comerciantes tradicionais' da Baixa, já demos de mais e sempre em vão. Eles não querem, não sabem e não irão nunca reciclar-se. O problema também não está na nacionalidade dos donos, mas sim nas próprias lojas. O problema é que as 'lojas chinesas' são feias por fora e por dentro, com um aspecto sujo e degradado, e praticando um tipo de comércio de século XIX para cidades feias, sujas e degradadas. Se queremos recuperar e ressuscitar a Baixa, é óbvio que elas estão a mais ali. Se uma cidade não tem o poder de determinar que tipo de estabelecimentos quer e tolera nas suas zonas históricas, porque com isso pode atingir interesses de uma comunidade cuja cultura e hábitos são um enxerto estranho no seu meio, então mais vale dizer que prescindimos de qualquer política de defesa de valores culturais próprios. E, se temos de nos conformar com o 'estilo chinês' do pequeno comércio, então também teremos de aceitar passivamente as tabancas portuguesas com balcões de zinco, luzes de néon, cadeiras de plástico e toldos da 'Olá'."

Miguel Sousa Tavares no Expresso da semana passada. O resto da crónica aqui: http://expresso.clix.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/116692

quinta-feira, setembro 20, 2007

Eh, eh, eh!



Uma universidade à maneira em pleno Madrid, cuja tagline é Es dificil hacer el amor pero se aprende. Pelo menos é o que nos garantem! Os currículos dos cursos leccionados contemplam temas tão interessantes como Iniciación al bondage, Cómo rodar porno doméstico e El arte del strip tease. Segundo consta, as aulas são todas dadas de forma séria, escorreita e compenetrada, como se estivessem a ensinar a... sei lá! Montar a cavalo?!
Mais aqui:
http://www.universidad-delsexo.com/inicio.html

quarta-feira, setembro 19, 2007

Parabéns!



É. Havia um leãozinho perdido na selva. Era um leãozinho como nunca tinha havido outro na selva. Dócil e pachorrento, sem ambições de ser rei da selva. Isso era para os outros! Tinha o pêlo sedoso, da cor do sol. Olhos grandes, escuros e pestanudos. Por onde passasse aquecia fosse quem fosse com a sua simpatia. Na selva havia também uma borboleta dourada. A borboleta era alegre e dava-se com todos os bichos da selva. Mas faltava-lhe qualquer coisa. Ninguém sabia bem o que era. Apesar da borboleta ser feliz por natureza, todos os bichos da selva insistiam que lhe faltava qualquer coisa e que, se não a encontrasse quanto antes, caber-lhe-ia destino idêntico ao de todas as borboletas. Mas por mais que a borboleta perguntasse, ninguém lhe sabia responder o que era. Assustada, a borboleta já tinha percorrido meia selva à procura do que lhe faltava. Consultou magos, feiticeiros, duendes, fadas e gnomos. Uma vez subiu alto, alto, alto até uma nuvem para perguntar a um anjo de asas também douradas se sabia o que lhe faltava. Mas voltou à selva de asas murchas e queimadas pelo sol, desconsolada sem nada trazer em troca. Um dia, no meio dos seus afazeres (sim, porque esta borboleta tinha muitos afazeres!), junto a um pequeno riacho, a borboleta encontrou o leão de pelo sedoso e pestanudo, dengoso e descansado a beberricar água fresca. A borboleta meteu-se com ele e perguntou-lhe se a água estava boa. Ao princípio, o leão, no meio da sua pacholice, não entendeu o que a borboleta lhe perguntava mas depois respondeu-lhe docemente que melhor água que aquela não havia, enquanto a borboleta esvoaçava selva fora a rir-se. Se a borboleta se sentiu aquecida pelo calor imediato que o leão lhe transmitiu, não é menos certo que o leão tenha ficado meio zonzo com o brilho daquelas asas douradas tão alegres. Sentiu como se o seu coração tivesse sido pintalgado de dourado. A partir daquele dia, ambos fizeram tudo por tudo para se poderem encontrar mais vezes. Os outros animais da selva, ao olharem para eles assim feitos parvos aos risinhos, diziam-lhes para terem cuidado, onde é que já se tinha visto um leão a dar-se com uma borboleta e vice-versa? De nada serviu, porque ambos sentiam-se tão bem e felizes na companhia um do outro que o inevitável aconteceu e apaixonaram-se. Apaixonaram-se e muito! Tanto, tanto que se forem à selva podem encontrar um leão pachorrento de pêlo dourado a aquecer uma borboleta dourada, feliz por finalmente ter encontrado o que lhe faltava e a cantarolar baixinho “Gosto de ficar no sol, Leãozinho, de estar perto de você”

segunda-feira, setembro 17, 2007

Mighty flop?



Já estreou. Não tenciono ver. Era o que mais faltava, com tanta coisa para ver e sem conseguir! Mas merece-me o seguinte comentário: a Angelina Jolie até pode estar bastante parecida com a Marianne Peral, mulher do jornalista assassinado por extremistas paquistaneses em 2002. Mas o mal destas produções de Hollywood que servem de veículo a uma grande interpretação de uma qualquer mega star, com uma nítida piscadela de olho aos Óscares, é que acabam por ser um tiro no pé por isso mesmo: ao ver o filme, por muito bom que seja e até louvável por contar uma estória que merece ser contada, nunca conseguimos abstrair-nos do facto que aquilo é a Angelina Jolie e de nos questionarmos porque raio a rapariga está de carapinha posta.

sexta-feira, setembro 14, 2007

Ontem e hoje, na Piscina do Estádio Nacional



"A Culturgest apresenta, ao vivo e pela primeira vez em Portugal, a recriação de Waterproff, uma peça criada nos anos 80 pela companhia francesa Astrakan e que correu mundo na versão filmada. A propósito dos 20 anos desta produção, Daniel Larrieu, coreógrafo e criador do conceito, contactou os intérpretes da versão original e convidou outros bailarinos para participarem no projecto. O resultado é uma peça de sonoridades guerreiras, de luta e de combate, em meio aquático."

Aquilo que parecia ser uma ideia engraçada e original, na prática não resultou. A prova que as boas ideias por si só não chegam para fazer um bom espectáculo.

quinta-feira, setembro 13, 2007

At last!



Finalmente, esta cidade terá direito a uma Time Out só para si. Uma revista-guia com tudo o que aqui se passa e que vale a pena ver. Todas as quarta feiras, a partir de 26 de Setembro, a 2 €, no quiosque mais próximo.

quarta-feira, setembro 12, 2007

Vem cá



Ou melhor, já cá está. Ainda pensei ir vê-lo. O budismo, ao não conferir nenhum poder especial de criação, salvação ou julgamento a uma entidade que nos seja superior, não compartilhando de uma noção de deus comum à maioria das religiões, sempre atraiu esta ateia dos sete costados. Mas entre os Ensinamentos Públicos, de 13 a 15, no Anfiteatro da Faculdade de Medicina Dentária em Lisboa, a 175€, e onde no formulário se podia escolher entre chão ou cadeira, e uma Conferência Pública no pouco próprio Pavilhão Atlântico, no dia 16, com bilhetes entre os 10 e os 25€ (o que só me fez lembrar aquelas reuniões da IURD), optei por deixar a minha introdução ao budismo para outras núpcias, não fosse dar-se o caso desta ateia vir a comprovar que nenhuma religião a convence. Mesmo.

terça-feira, setembro 11, 2007

La palissadas




É verdade, sem dúvida. Mas utilizar 75% do tempo dos noticiários (logo, informação paga) com o casal McCann mais os desenvolvimentos da investigação sobre o desaparecimento/homicídio da piquena Maddie, debates infindáveis com não sei quantos iluminados a dissertarem sobre a pergunta retórica se os pais mataram ou não a filha, imagens da saída do pai da judiciária de Portimão, mais os apupos do povo indignado, ou da chegada da família McCann ao Reino Unido é também informação que não vale a pena. Aqui ou no Reino Unido. Só mesmo a mentes rasteiras, insaciáveis de dramalhão alheio. Já não se pode, irra!
Ah, pois! Esquecia-me que hoje é 11 de Setembro, pelo que teremos tréguas e os ditos 75% serão por conta do 6º aniversário sobre a queda das torres gémeas.
A emissão seguirá dentro de momentos.

segunda-feira, setembro 10, 2007

Muito boa onda! Parte II



Imaginem uma madrugada de Setembro, com calor. Agora imaginem um grupo razoável de trintões a quererem um sítio desafogado para beberem um copo, conversarem e dançarem. Imaginem tudo quanto é buraco em Lisboa a abarrotar e ainda por cima de gente ao engate. Agora imaginem uma discoteca ali ao lado de Santa Apolónia, o piso intermédio a rebentar pelas costuras com teenagers imberbes e barba mal semeada, vindos não sei donde e de todas as nacionalidades, sedentos de música bum-bum. Imaginem o tal grupo de pessoas a entreolhar-se estarrecido como quem pergunta Mas o que é isto?!? Um jardim escola?!? e a escapulir-se escadaria acima para o terraço. Agora imaginem esse mesmo terraço povoado por trintões, a tagarelar calmamente ao fresco, enquanto deitam um olho para aquele rio e para a vista magnifica, um bar com empregados solícitos e uma DJ empenhadíssima em pôr daquela música que gostamos e que nos estava mesmo apetecer dançar: Interpol, Cansei de Ser Sexy, Pulp... Felizmente, ainda há valores seguros nesta cidade.

domingo, setembro 09, 2007

Muito boa onda!



Imaginem um dos mais bonitos jardins de Lisboa. Agora imaginem esse mesmo jardim cheio de gente. Imaginem agora essa mesma gente estendida pelos relvados por cima de puffs ou de mantas, à sombra de guarda sois ou não, num estado absolutamente blazé enquanto uma banda toca jazz no coreto e uma tenda das tisanas Pleno distribui bebidas à borla, para gáudio dos miudos e não só. Tudo tão cool e descontraído que por momentos pensamos que não estamos num jardim lisboeta, mas num desses do norte da Europa ou mesmo Nova Iorque, onde as pessoas aproveitam os relvados para descansar e conviver. Não. É mesmo em Lisboa. No Jardim da Estrela. Todos os Domingos, até ao fim deste mês. Programa aqui: http://www.plenooutjazz.com/programa.php

sábado, setembro 08, 2007

Verdades absolutas


Humberto Borges ©

Não importa quanto já tenhamos dado, as pessoas hão-de sempre exigir-nos mais. E fazem-no precisamente porque as habituámos a tal.

sexta-feira, setembro 07, 2007

Pois...



(...) E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.

Alberto Caeiro

quinta-feira, setembro 06, 2007

Reentré?


Humberto Borges ©

Eu bem sei que o equinócio de Outono é só lá mais para meados deste mês. Também é verdade que este mês de Setembro parece vir cheio de fôlego e de vontade de nos dar o Verão que não tivemos. Mas por muito que nos tentemos iludir, a verdade é que o Verão de 2007 está por um fio. A prová-lo temos a sociedade de consumo a gritar-nos aos ouvidos que é tempo de arrumar bikinis e havaianas e preparar-nos para o novo ano, com tudo quanto é mupi e anúncio de revista a lembrar-nos o regresso à escola já na próxima semana, com as agências de viagens a oferecerem-nos aquele destino por metade do preço e com as montras das lojas vestidas a rigor, a mostrarem-nos as novas tendências Outono-Inverno (quando o que mais nos apetecia era fazer umas comprinhas de fim de estação), enquanto começam já a tirar o pó aos enfeites de Natal.
Também cheia de fôlego (ou não, porque certezas na vida só mesmo as incertezas) a Bolota veste-se de indumentárias novas, mais Outonais, e prepara-se para o fim oficial da mais silly season dos últimos tempos. Espero que gostem!

terça-feira, setembro 04, 2007


Humberto Borges ©

Por circunstâncias diversas da vida pessoal, soube nos últimos dias que o funeral de um familiar pode custar 3000€ e que um divórcio, amigável, ronda os 260€. Proximidade de valores à parte, não deixa de ser irónico que saia mais barato "enterrar" o ex-cônjuge do que enterrar alguém querido. Mesmo que se tenha muita vontade de se mandar o ex-cônjuge pró outro mundo!

segunda-feira, setembro 03, 2007

Como os outros nos vêem


Humberto Borges ©

"This "glorious" history has also led to the peculiar national characteristic of saudade: a slightly resigned, nostalgic air, and a feeling that the past will always overshadow the possibilities of the future. The years of isolation under the dictator Salazar, which yielded to democracy after the 1974 Revolution, reinforced such emotions, as the ruling elite spurned influences from the rest of Europe. Only in the last three decades, with Portugal's para into the European Union, have things really begun to change and the Portuguese are becoming increasingly geared toward Lisbon and the cities. For those who have stayed in the countryside, however, life remains traditional – disarmingly so to outsiders – and social mores seem fixed in the past. Women still wear black if their husbands are absent, as many are, working in France, or Germany, or at sea."

in The Rough Guide Portugal, Abril 2007