O Tempo da vida, na Gulbenkian ontem e hoje. Repete em Abril e Junho do próximo ano.
Em tom de pânico, vemos nas parangonas dos jornais, na televisão e em tudo quanto é media que a sociedade dos países ditos civilizados está a envelhecer, com a pirâmide de idades a tornar-se num triangulo, o quanto isso é mau e nos pesa (ou irá pesar) a nós, sociedade civil. Argumentos que servem para inúmeros governos aumentarem a idade da reforma ou exigirem co-pagamentos na saúde (porque a longevidade se faz à custa de medicina cada vez mais cara), sem contudo se explicar às populações o lado positivo da questão. Tão simples quanto este: estamos a viver mais anos e isso é bom. Envelhecemos de forma mais activa, diferente do que envelhecíamos há 30 ou 40 anos. Podemos ter que trabalhar mais anos, é certo, mas também temos mais tempo para viver, para sermos válidos. Tudo foi explicadinho ali, dando um tom mais positivo ao que é esta coisa de envelhecer. Sim, porque numa sociedade que tudo faz para nos manter vivos mais tempo o enorme contra-senso é continuar-se a valorizar apenas o que é novo. De que serve aumentarmos a esperança de vida se não reconhecermos esse aumento como positivo em vez de o ver unicamente como um fardo para a sociedade?