"Com os anos a morte vai-se tornando familiar. Quero dizer não a ideia de morte, não o medo dela: a realidade dela. As pessoas de quem gostámos e partiram amputam-nos cruelmente de partes vivas nossas, e a sua falta obriga-nos a coxear por dentro. Parece que sobrevivemos não aos outros mas a nós mesmos, e observamos o nosso passado como uma coisa alheia: os episódios dissolvem-se pouco a pouco, as memórias esbatem-se, o que fomos não nos diz respeito, o que somos estreita-se."
do conto Uma festa no teu cabelo.
in Segundo livro de crónicas António Lobo Antunes
sexta-feira, fevereiro 16, 2007
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3 comentários:
As memórias só se esbatem se nós deixarmos. E há pessoas que estão sempre presentes... só não as vemos, mas não as sentes?
Claro que sentes.
Um beijão miúda!
Sem dúvida que sinto! Parece é que nos esquecemos de nós próprios, de como eramos quando ainda a viamos. Quando viamos essa pessoa que estará sempre presente...
Beijão também pra ti, miuda!
beijos também....
Marsupas
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