quinta-feira, junho 29, 2006

Heróis do mar, nobre Povo, Nação valente, imortal?



Devo dizer que chegar a este pais, autodepressivo por natureza, onde até o som da lingua das gentes que falam nas ruas é soturno, com uma das maiores taxas de consumo de antidepressivos da Europa (ou será mesmo a maior?) e ver todas as janelas ataviadas com bandeirinhas com a esfera armilar e o escudo, tudo quanto é publicidade a aproveitar o rectangulo verde e vermelho para vender seja o que for, desde comida para periquitos a empréstimos para compra de habitação (já para não falar nos autocarros da Carris decorados com uns cornichos, ie bandeira da carris, bandeira de Portugal e com o dizer Carris apoia a selecção a alternar com o destino para Chelas, Moscavide ou Senhor Roubado), numa recuperação do espirito do Euro 2004, que teve piada precisamente porque surgiu de forma espontânea e inesperada, é em si mesmo algo deprimente. Mas atenção! Não me interpretem mal! Apesar de não ir muito à bola com o futebol, vibro tanto com qualquer jogo da selecção nacional como qualquer tuga em qualquer canto do mundo e este desabafo não pretende de forma alguma ser um mau agoiro para o jogo de amanhã. Tenho é pena que esta Nação só se sinta como tal à custa de cromos da bola.

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