quinta-feira, janeiro 25, 2007


Humberto Borges ©

De degrau em degrau, nada mais quero
do que esta rapariga, descalça e leve,
que os sobe de solidão aberta nos lábios.
Solidão suspirada de degrau em degrau,
como um vento súbito e claro.
Rapariga descalça e leve
que sobe cada degrau
com uma solidão a espreitar dos olhos.
Sobe lenta, com o tempo todo para perder,
por entre gente apressada e cega.
Dessa correria cega, sussurro-lhe com lentidão
“Rapariga descalça e leve, quem me dera
que estes degraus te trouxessem directa
ao meu coração“
.

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